Artistas de diferentes áreas disciplinares foram selecionados para realizar as intervenções que, ao longo de 2025, vão questionar, a partir do Shopping Santa Cruz, em Braga, o presente e o futuro dos centros comerciais de primeira geração. Este é o resultado de uma convocatória aberta lançada pelo programa Shopyard, que integra a programação da Braga 25.
Esta convocatória desafiou a comunidade de artistas, arquitetos e designers de Braga a apresentar projetos de criações artísticas que dialoguem com as especificidades dos centros comerciais de primeira geração da cidade.
O júri, constituído por Guilherme Braga da Cruz, Sofia Botelho e pela dupla Space Transcribers (Daniel Duarte Pereira e Fernando P. Ferreira), responsável pela curadoria deste programa da Braga 25, avaliou 17 propostas, que foram apresentadas no período de abertura da convocatória, entre 13 de setembro e 31 de outubro.
A proposta de P22 (Attilio Fiumarella e Marisol Cordeiro) destaca-se pelo seu carácter crítico e performativo, explorando a ideia provocadora de habitar um centro comercial, cruzando temas como a crise da habitação e o futuro destes espaços.
Já o Coletivo Kindergarten apresentou uma instalação visual baseada na luz e movimento, envolvendo a participação dos lojistas e do público, propondo uma experiência interativa.
A terceira proposta é de José Gonçalo de Carvalho Araújo. Recriará uma cabine sonora, invertendo o conceito de “Photo Booth” para se tornar um espaço de escuta e narrativa. Por seu turno, o projeto de Maria Inês Queirós Ribeiro de Barros assume um carácter experimental, transformando um espaço comercial numa instalação biofílica.
Finalmente, a proposta de Maria João Coelho Petrucci Albuquerque propõe o centro comercial como espaço de brincadeira e exploração infantil, questionando o sentimento de pertença e a apropriação destes lugares pela comunidade.
Na sua declaração final, o júri destacou “a qualidade e diversidade das propostas selecionadas”, capazes de explorar “de forma inovadora o potencial dos centros comerciais de primeira geração como espaços de criação artística, reflexão crítica e interação com a comunidade”.
Estas cinco propostas foram escolhidas com base no mérito artístico, originalidade e adequação aos objetivos da convocatória, contribuindo para a revitalização cultural e social destes espaços em Braga.