A apatia social e os baixos índices de participação convencional dos cidadãos/ãs nas sociedades ocidentais são problemas incontornáveis no presente. Neste contexto, o espaço de emergência e consolidação de narrativas populistas têm vindo a intensificar-se, fragilizando as nossas democracias. A participação cidadã é, no presente, atravessada por uma sensação generalizada de ineficácia e inconsequência. Atos participados frágeis afetam a nossa capacidade de DESEJAR no sentido de imaginar outros mundos, outros modos de relação, de ser e de produção possíveis. É no espaço de pulsão vital, que é o desejo, que este movimento se pretende suportar.
Nesta 1.ª edição procura-se investigar dispositivos que resgatem a prática do DESEJAR como algo essencial para a vida, a reinvenção das artes, dos lugares e das ideias de comum. É um movimento nacional e internacional orgânico e fluido de artes e lugares comuns, integrado na Braga 25, iniciado em 2024 com um programa que integra um conjunto alargado de ações.
O DESEJAR foca-se na ação e reflexão em torno das práticas artísticas participativas e comunitárias e sustentáveis. Nesta edição propõe-se promover a experimentação e o conhecimento centrado na criação e produção artística e cultural contemporânea; e suportar-se numa ideia de arte em comum, sustentável, baseada na partilha de recursos na qual elementos humanos e mais que humanos de um ecossistema estabelecem relações horizontais integradas.
As suas principais bases são:
- Criação e experimentação artística – abordagem centrada nas práticas artísticas que privilegiam a ideia de experimentação e transdisciplinaridade;
- Participação e comunidades – desenvolvimento de práticas artísticas participativas e comunitárias assentes em formatos, níveis e intensidades diversas;
- Relação horizontal com a natureza – centrar as práticas em trocas simbióticas entre seres humanos e os ecossistemas que vão para além dos mesmos;
- Troca de conhecimentos – privilegiar o envolvimento e cruzamento das comunidades locais, agentes desenvolvimento, pensadores e profissionais de áreas distintas.
A orientação do projeto está a cargo de:
- Hugo Cruz (Direção Artística e Coordenação Geral)
- Ana Bragança (Direção de Participação e Comunidades)
- Simone Almeida (Direção Executiva)
- Carolina Bravo (Produção)
Assembleias mensais
No âmbito do projeto, são organizadas assembleias mensais com o objetivo de ficar a conhecer os interesses e desejos da comunidade. É a partir destas assembleias que a programação e as criações do Desejar vão ser decididas.
Convocatória
Até 15 de abril, esteve a decorrer uma convocatória com o objetivo receber propostas de projetos que possam integrar o Desejar, que conta com um momento de apresentação pública intensiva entre os dias 10 e 14 de junho de 2025. Para teres acesso à informação completa, consulta o regulamento da convocatória aqui.
As propostas recebidas nesta convocatória foram analisadas por um Júri convidado para o efeito e já são conhecidos os resultados. Consulta aqui.
Academia do Desejar: Rodas de Conhecimento
A Academia do Desejaré um dos eixos do projeto Desejar. Pretende gerar trocas de conhecimentos entre e com diferentes agentes culturais, sociais, educativos e ambientais de Braga, bem como pessoas ligadas a áreas e temáticas identificadas como relevantes por estes agentes, que serão convidadas a participar nesta Academia. Sabe mais aqui.