Trajetos Comunicantes é um projeto artístico que elege a escuta como prática sensorial potenciadora de reflexão e experimentação. Tem como principais parceiros o grupo de investigação Audire e a empresa de transportes públicos de Braga (TUB), com apresentações ao público entre março e setembro de 2025.

O pressuposto principal deste projeto, desenvolvido no âmbito da Braga 25, tem por base os conceitos de mobilidade, território, paisagem, espaço público e comunidade, abrindo vias de criação no campo sonoro e também no pensamento associado a estes conceitos. Assistimos a constantes alterações no território, impostas pelo crescimento urbano, buscando sistemas de mobilidade eficientes, ecologicamente responsáveis, que ajudem a criar alternativas ao transporte individual e voltem a conceder-nos o “direito à cidade”. Os transportes coletivos são espaços públicos, com características próprias, integram a vida das cidades e dos seus habitantes, e por isso são também uma forma de participação na vida coletiva.  Os autocarros, concretamente, são também lugares de encontro com “o outro”, onde nos podemos deixar embalar num interstício de espaço-tempo propício à introspeção e imaginação. 

Através de intervenções no âmbito da rádio arte, paisagem sonora, documentário, performance, áudio-rotas e música, exploramos as temáticas presentes no nosso quotidiano enquanto passageiros e observadores das transformações na paisagem e no tecido da cidade e periferia, prestando especial atenção às comunidades que fazem parte neste universo. 

A coordenação do projeto está a cargo de Luís Pinto. Com um percurso ligado à exploração sonora, Luís Pinto trabalhou como radialista, técnico de som, ator, sonoplasta e criador de conteúdos sonoros como documentários, bandas-sonoras, instalações e composição musical para publicidade. As experiências mais recentes envolvem a curadoria e produção de espetáculos, exposições, rádio experimental, ações de mediação e criação cultural comunitária.