Antígona, Polinices e Hémon surgem como jovens de hoje, ora esquecidos, ora condenados por políticas que os excluem e silenciam. Numa época em que o futuro parece cada vez mais incerto, ecoa a inquietação de George Steiner: “Estamos a matar os sonhos dos nossos filhos” — mas que sonhos sobrevivem em 2025? A encenação nasce de um processo colaborativo entre intérpretes e criadores, cruzando a tragédia grega com discursos atuais, testemunhos reais e referências pop. O resultado é uma dramaturgia fragmentada, feita de contrastes, colagens e deslocações simbólicas.
O coletivo — composto por Cátia Tomé, Ivo Saraiva e Silva e Ricardo Teixeira — reinventa a tragédia como espaço de resistência e questionamento político. Convidam ainda a interpretar Mónica Calle, uma das figuras mais singulares do teatro em Portugal, Inês Corino, Miguel Ponto e Patrícia Brüheim. Mais do que uma peça sobre desobediência civil, Antígona é um apelo à escuta e à ação.