Os funcionários da recolha do lixo da Agere tornam-se protagonistas num novo trabalho coreográfico de Alisson Orr, Sara Barros Leitão faz uma abordagem inédita ao seu “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” e a celebração da democracia espalha-se pela cidade com a exposição Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade. Estes são alguns dos destaques do 2.º Trimestre da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura, cujo programa é divulgado esta sexta-feira.
A 10 de junho, a coreógrafa norte-americana Alisson Orr dirige uma performance participativa, que terá lugar no Estaleiro da Empresa Municipal Agere. Os protagonistas são os trabalhadores da recolha de lixo, que assumem o centro da cena para chamar a atenção do público para o seu trabalho fundamental e muitas vezes invisível.
O espetáculo marca o início da Celebração do Desejar, um festival que procura questionar ideias sobre quem produz e consome arte. Partindo de um trabalho que começou em 2024, envolvendo dezenas de cidadãos de Braga em assembleias regulares, acontece entre 10 e 14 de junho.
Há um outro festival a nascer no 2.º trimestre da Braga 25. O Festival de Arquitetura e Arte Forma da Vizinhança começa a 31 de maio. Oito arquitetos – entre os quais Nuno Melo Sousa, Atelier Local ou o galego Manuel Bouzas, um dos responsáveis pela representação espanhola na Bienal de Arquitetura de Veneza – foram desafiados a desenhar instalações arquitetónicas temporárias para outros tantos espaços periféricos da cidade. Em lugares como os bairros das Parretas ou das Fontainhas, estas estruturas vão depois ser ativadas por artistas, num programa que se prolonga até novembro.
Celebrando os 50 anos do 25 de abril sob o prisma da arte contemporânea, Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade inaugura a 26 de abril. A exposição decorre em vários locais (Regimento de Cavalaria n.º 6, Museu Nogueira da Silva e Forum Braga), apresentando relevantes obras históricas nacionais e internacionais e novas criações, bem como documentação que acompanha as grandes mudanças do país, desde 1960 ao presente.
O teatro tem o papel principal na Capital Portuguesa da Cultura no mês de maio. No dia 2, no contexto do aniversário do Theatro Circo, Raquel S. e a companhia Noitarder apresentam Hei-de reparar., um espetáculo que parte das vidas de atrizes portuguesas ao longo da história, e que se estreia no âmbito do programa de apoio à criação Supracasa.
De 6 a 9 de Maio, Braga recebe a primeira semana de apresentações de Sexual Theatre – Feminist Readings of Classics, um projeto cofinanciado pela União Europeia de cooperação entre quatro países parceiros (de Portugal, França, Bósnia e Herzegovina e Montenegro), que procura desenvolver uma releitura feminista de clássicos da literatura destes países.
No final dessa semana, a atriz, encenadora e dramaturga Sara Barros Leitão revisita “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa”. Estreado em 2021 e tendo passado já por mais de 40 cidades, será apresentado pela primeira vez em formato de leitura encenada pela própria autora. Apresenta-se a 9 de maio, no âmbito do programa Vozes da dramaturgia luso-brasileira.
Num trimestre em que Braga celebra duas das suas mais fortes tradições, a Semana Santa (13 a 20 de abril) e o São João (17 a 24 de junho), o património da cidade vai servir de inspiração a diferentes projetos contemporâneos. No âmbito do programa Novos Ecos de Uma Paisagem Sonora, à meia-noite do sábado da Semana Santa, o carrilhão da Sé recebe um espetáculo inédito que vai ecoar nas ruas da cidade.
A 10 de maio, o músico Robert Aiki Aubrey Lowe, reconhecido principalmente pelo seu trabalho com voz e sintetizador modular, apresenta o resultado de uma residência artística no órgão de tubos da Igreja de São Lázaro. O concerto é uma proposta do projeto Pipe Poetics, integrando o Festival Internacional de Órgão de Braga, que acontece de 1 a 18 de maio em várias igrejas da cidade.
Programação completa aqui.